Final Fantasy VII (1997)
- robsonsbello
- 11 de jun. de 2024
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Quando Final Fantasy 7 saiu para o primeiro Playstation em 1997, ele impressionou os jogares com suas cenas de animação, que para a época, eram incrívelmente avançadas técnicamente. O gameplay era também muito sólido. Entretanto, o jogo foi – e continua sendo – muito popular até hoje por conta de sua narrativa e de seus personagens.
Em meio aos crescentes debates ambientalistas dos anos 1990, fosse o aquecimento global, o Greenpeace, a crítica a caça as baleias no Japão, etc., a premissa do jogo inicia com o jogador controlando um grupo militante que vai explodir uma Usina de Energia em Midgar, que suga a própria vida do planeta. A história passa em um universo inspirado no cyberpunk, em que uma megacorporação, a Shinra, controla a principal megalópole do mundo, e possui diversos reatores espalhados pelo planeta. Fundada nas favelas de Midgar, a Avalanche se incube de agir contra destruição do planeta.
Eventualmente a trama se desenvolve e os jogadores descobrem que a Shinra fez também uma série de experimentos genéticos com os “Ancients”, mas sobretudo com uma forma alienígena que queria consumir o planeta, Jenova, a quem eles clonam para criar monstros e supersoldados. Vamos lembrar que nos anos 1990 o Projeto Genoma (que sequenciou o DNA humano) e a clonagem da ovelha Dolly estavam muito em voga.
É de um desses experimentos de clonagem genética de Jenova que surge o grande vilão do jogo, Sephiroth, que enlouquece após a descoberta de suas origens, e decide invocar um meteoro para fazer com que o “lifestream” (a energia vital) do planeta tentasse se recuperar do impacto, e ele pudesse absorvê-lo. Como em quase toda história de Final Fantasy, a trama política logo dá lugar a uma luta de alta fantasia contra seres megalomaníacos que querem obter um poder total, totalitário, sobre a existência.
Mas o meteoro também não é gratuito – isso estava também no espírito do tempo dos anos 1990, e seu medo de eventos apocalípticos, sobretudo trazido por grandes asteroides. É só pensar nos grandes sucessos de bilheteria do período como Impacto Profundo (1998) e Armageddon (1998), ambos de 1998, um ano após o Final Fantasy VII original.
Catástrofes ambientais, grandes corporações predatórias, experimentos genéticos e meteoros. Final Fantasy VII leva à fantasia expectativas, medos e anseios de seu tempo, e demonstra assim, sua historicidade e conexão com a imaginação do período. Igualmente, os recentes remakes, Final Fantasy VII REMAKE (2020) e Final Fantasy VII REBIRTH (2024) lidam com temas populares atualmente como a ideia de múltiplas dimensões do universo, enquanto mantém os temas do original.
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